que vida é esta

Professor desde 2017, trabalhador na área educativa desde 2008 e homo sapiens sapiens desde 1989, David Erlich nasceu em Lisboa, a 14 de julho desse ano, unicamente de acordo com registos e testemunhos, pois na verdade não se recorda desse dia. Acha inusitado este texto estar escrito na terceira pessoa apesar de ter sido ele mesmo quem o redigiu. 

De origem iídiche - língua dos judeus asquenazes que cruza o hebraico e o alemão -, Erlich significa homem honesto e, nos seus combates contra os simbólicos Golias que a vida oferece, David tenta estar à altura da etimologia.

Docente de Filosofia no ensino secundário, foi durante três anos o mais jovem da escola pública, o que o levou a ser entrevistado pelo Diário de Notícias como parte da "nova geração de professores" e o reconforta agora que, a meio dos trinta, deteta o veloz crescimento quantitativo dos seus cabelos brancos. Criou o canal de YouTube A Tua Filosofia, um dos três melhores canais de YouTube dedicados à Filosofia no Ensino Secundário em Portugal (na medida em que existem, precisamente, três).

Enquanto algo similar a um poeta, conta com três obras de poesia publicadas (Câmara Municipal do Montijo, Prémios Montijo Jovem 2009 e 2014 e edição de autor, 2021): O Verso dos Pássaros, corpo casa mundo e trêsPublicou ainda poemas em: DN Jovem (2004-2007); 8º Concurso de Poesia da Universidade Federal de São João Del-Rei (Brasil, 2008); Umbigo Magazine nº 32 (2010); Concurso Municipal Literário Lisboa à Letra (2013); Emergente - Novos Poetas Lusófonos (Editora Livros de Ontem, 2016).

Licenciado em Ciência Política, Mestre em Filosofia e em Ensino de Filosofia (com menção no Quadro de Mérito e Excelência - melhores mestres), frequentou o Doutoramento em Filosofia na NOVA FCSH, trabalhando sobre a obra do pensador argentino Santiago Kovadloff. Defendeu o trabalho final do ano curricular do Doutoramento em maio de 2023, tendo obtido o diploma em Estudos Avançados em Filosofia, com 19 valores. No âmbito da Academia, publicou artigos e foi orador em conferências em Portugal, na Polónia (
Universidade Jaguelónica, Cracóvia) e nos Países Baixos (Universidade Livre, Amesterdão).

Tem sido convidado a dialogar sobre Filosofia e Educação em programas como Bloco de Notas (de Maria Flor Pedroso, na Antena 1), Sociedade Civil (de Luís Castro, na RTP 2), Photomaton (de Cândida Pinto, na RTP 1), A Minha Geração (de Diana Duarte, na RTP 3), Alexandria (de António Pinto Ribeiro, na RTP 2), Maus Exemplos (de Pedro Saavedra, na Rádio Radar) Despolariza (podcast de Tomás Magalhães) e Ponto Final Parágrafo (podcast de Magda Cruz), em conferências organizadas pelo Ministério da Educação, por diversas autarquias e agrupamentos escolares e pelas associações representativas dos docentes de Filosofia do ensino secundário, em palestras inseridas na programação do Âmbito Cultural do El Corte Inglés, do Festival Internacional Literário de Óbidos, das Leya Talksdo Rock in Rio Humanorama - Festival de Conversas,  do Espanto - Festival Internacional de Filosofia, da TEDx Alcobaça e da TEDx Torres Vedras e, ainda, numa comédia de improviso do grupo Instantâneos. 

Escreveu semanalmente, entre janeiro de 2024 e janeiro de 2025, a crónica online "toque de entrada", para a revista Sábado, sobre pedagogia e política educativa. É coautor de manuais escolares do ensino profissional da Leya. Integra, desde 2023, o grupo de reflexão "O Futuro Já Começou", que funciona junto do Presidente da República. Mantém semanalmente, na Antena 1, com a jornalista Ana Sofia Freitas, o podcast Isto Dá Que Pensar, cruzando atualidade e filosofia.

Publicou em 2024, pela Planeta, o livro "A bebedeira de Kant - e outros 49 episódios da história da filosofia para pensar a sorrir", que vai já na segunda edição e cuja divulgação o levou a presenças mediáticas que alguns, designadamente os seus familiares, apelidaram de inolvidáveis. 

Contam-se entre elas: Prova Oral (de Fernando Alvim, na Antena 3), Manhãzitos da 3 (de Alexandre Guimarães, Inês Henriques e Luana do Bem, na Antena 3) Bom Dia Portugal (com o jornalista José António Pereira, na RTP 1), Uma Noite em Forma de Assim (de Jorge Afonso, na Antena 1), Convidado Extra (de João Paulo Sacadura, no Observador) A Nossa Tarde (de Tânia Ribas de Oliveira, na RTP 1), Dois Dedos de Conversa (de Miguel Peixoto, na RDP Internacional) e O Sentido da Vida (de Ana Delgado Martins, na Rádio Comercial).

Da última vez que verificou, David Erlich vivia na provisória condição de existir.


Sobre três

"O primeiro livro, de teor mais epigramático e aforístico - ‘vestígios e interpelações’ – revela um apurado e depurado sentido da palavra, daquela longa hesitação entre o som e o sentido de que nos falava Wordsworth. Fica-nos o gosto da metáfora como um convite para que também nós participemos desta reconfiguração do real. Lemos nos segundo e terceiro livros – ‘poemas-pensamento’ e ‘angústia, ironia ou ambas’ -, maiores e mais expansivos, o denominador-comum do ser que não se apazigua com as ferramentas de medição humana que lhe são propostas nas televisões, nos slogans e nas repartições de finanças. Há algo de decadente que persiste em existir, quase como se tudo fosse um barco em perpétuo naufrágio."

Lourenço Duarte


"Esta poesia congrega o real que nos rodeia e a questionação existencial. O que se apresenta como observado conduz ao mergulho imediato na busca de significação. Na forma do texto muitas vezes temos a contenção levada ao limite."

Ana Garrido


Sobre corpo casa mundo

"Impôs-se imediatamente pela maturidade da escrita, pela apurada noção do peso das palavras, pelo conhecimento dos efeitos estilísticos decorrentes do ritmo e das imagens. É sem dúvida um conjunto de poemas que revela alguém com um assinalável sentido da força da linguagem". 

Manuel Frias Martins

Sobre O Verso dos Pássaros


"Há uma serenidade na escolha justa das palavras e das imagens que nos levam aos lugares da memória."
Rita Delgado Martins


"Imagens e construções muito fortes e um considerável domínio da escrita, que é sóbria e eficiente."

Luiz Fagundes Duarte

"Os temas são muito imaturos. Não vou citar o meu poema preferido, pois não tenho nenhum."